segunda-feira, 2 de julho de 2012

Mendigos, miseráveis, invejosos.


Eu bati na sua porta
Com a minha melhor roupa
E te pedi
Por favor, será que você poderia me dar um pouco do seu amor?
Você me recebeu
Eu poderia ser útil
Mas você não me deu muito
Por que eu não custei nada
Você não foi lá a minha procura me comprar pelo preço que fosse
Minha roupa bonita foi ficando desbotada
Enquanto eu via você querendo comprar outras
Das quais eu não queria
Mas senti tanta inveja
Essa doença
Que eu não acho a cura
Fui ficando mais e mais miserável
Nem eu estava gostando de mim
Pois sabia que você não me amava
E agora?
Já fui embora tantas
Todas às vezes
Pra não mendigar mais
Pra me instalar em vitrines de preços caros
Mas as outras peças sempre são mais atrativas
Estou tentando ficar junto com as outras
Mas eu queria mesmo era ficar sozinha com você
02/07/12

Labirinto

O saber não me fez feliz
Não senti o calor de seu corpo
Nem ouvi o som da sua voz
O saber disse que eu não fosse por ali
Mas não me permitiu lembrar
Se já fomos juntos por caminhos mais belos
Mais felizes
Não me deu o antídoto da hipnose
Pros sons e calores que de fato ouvi e senti
Dela
Ela me dizia
Ela me beijava
E mesmo desconfiando (da beleza) daquele caminho
Eu fui
Eu ouvia o som da hipnose e sentia o calor do seu corpo
Eu quero amar mais o saber
Mas...
Mas...
Mas...
A hipnose
Ela...
Ela...
Ela...
Eu fui com a hipnose
A ponte estava quebrada
Eu me machuquei
Chorei
O saber estava do outro lado
Mas eu tinha andado pelo caminho errado
E a hipnose não me ajudou a voltar.
02/07/12